ESPORAS - YAGO TOSCANO
Pensar a arte contemporânea nos exige convocar, da origem da palavra mesma, o movimento pendular de sua atitude, pela qual pensar assuma a inevitável posição de um risco diante da agonia de não ter mais certeza das coisas; este é o limiar posto pela ideia de espora. Este estímulo busca incidir nos modos de ver a arte, de maneira com que o próprio olho esteja ameaçado por esse momento de perigo sedutor e hipnotizante provocado por seus objetos, como no desvelar de um punhal. Tratam-se de quatro encontros cujo objetivo é mapear, ao longo das tradições da história da arte, a partir da observação de obras, leituras de textos e análise de conceitos, temas de interesse da arte contemporânea; na medida em que possamos também questionar quem narra a história da arte, na ponta da língua de quem reside este poder? Inflexionar a espora contra o narrador, o pensador e o historiador da arte tradicionais, é uma das ambições destes encontros, bem como refletir diferentes debates em torno da arte atual a partir de suas presenças indiciais no agora perfurado peito da história da arte.
DATAS: 08, 15, 22 E 29 DE JULHO, SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19H ÀS 21H
Encontro I - O olho estimulado e o castigo dos deuses
Aquilo que se mostra em excesso; o sublime; o grotesco e a enganação do olho; ver no escuro.
Encontro II - As presas de um javali
Negatividade filosófica; alteridade; feracidade; animalidade; ser e ente em Heidegger; a morte na arte.
Encontro III - Alquimia das lágrimas
A beleza como projeto ético e estético: questões sobre o belo; monstruosidade; exterioridade; ideia de fim na arte e Hegel.
Encontro IV - As esporas
Imagens que perfuram o tempo; a persistência do antigo em conceitos e debates contemporâneos.
BIBLIOGRAFIA
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Santa Catarina: Argos, 2009.
ARASSE, Daniel. Nada se vê. São Paulo: Editora 34, 2019.
BELTING, Hans. O fim da história da arte. São Paulo: Cosac Naif, 2006.
CAUQUELIN, ANNE. Teorias da Arte. São Paulo: Martins: 2005.
DANTO, Arthur C. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Odysseus, 2006. ___________ . O que é arte. Belo Horizonte: Relicário Edições, 2020.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
GADAMER, Hans-Georg. A atualidade do belo: arte como jogo, símbolo e festa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1985
HEGEL, G.W.F. Cursos de Estética. São Paulo: Edusp, 2001.
LUDUEÑA, Fabián. La ascensión de Atlas. Buenos Aires: Mino Y Davila Editorial, 2017.RANCIÈRE, Jaques. Figuras da história. São Paulo: Editora Unesp, 2018.
Outras bibliografias serão abordadas ao longo dos encontros.
ESPORAS - YAGO TOSCANO
Formato
Curso on-line e ao vivo.
Política de Devolução
Realizamos devoluções apenas sob a condição de cancelamento 72 horas antes do início das aulas. Não realizamos devoluções de valores de aulas já em curso por se tratarem de encontros on-line e ao vivo.